Resultados do Fórum Internacional de Design e Inovação
O evento teve o mérito de aprofundar as discussões sobre a importância do design estratégico na conquista de novos mercados. O case coreano de aplicação do design foi o tema de Kun-Pyo Lee, professor e chefe do departamento de Desenho Industrial da KAIST (Korea Advanced Institute of Science and Technology) e membro do Emocional Design Society. Em sua palestra, o professor Lee fez um breve histórico do design na Coréia, que desde a década de 80 vem aprofundando essa atividade sempre conduzida por meio de parcerias entre o governo, indústrias e universidades.
Alguns números relatados pelo professor Lee são impressionantes: a Coréia conta hoje com 300 escolas de design para 47 milhões de habitantes, com 100 mil designers e 1,2 mil consultorias de design em exercício. Nesse cenário, a "educação em design" é de fundamental importância e para isso foi criado o grau de doutorado em design, estimulando a pesquisa e a busca da própria identidade após 35 anos de domínio japonês.
Representando o governo brasileiro, Fernanda Bocorny Messias falou sobre o PBD - Programa Brasileiro de Design, que visa promover a capacidade inovadora das empresas e, assim, elevar o nível de exportações do produto brasileiro. Entre as ferramentas de promoção do design brasileiro está o portal Rede Design Brasil e o Design Excellence Brasil.
A palestra do professor Freddy Van Camp foi essencialmente uma injeção de ânimo nos designers brasileiros, demonstrando o pioneirismo do design nacional em diversos campos. Contudo, Van Camp alertou para o fato de que os grandes "consumidores" do design nacional são as empresas multinacionais. Outro dado curioso é que o Brasil conta com 370 cursos de design, mais do que a Coréia. Porém, com uma população de 150 milhões de habitantes e com a baixa valorização desta atividade por parte dos empresários, temos no Brasil menos designers em exercício do que naquele país. (Quantos, quantos?)
O representante do LG Life Soft Research Laboratório – Chul-Bae Lee, falou sobre o Gerenciamento do Design e a importância de uma equipe multidisciplinar no desenvolvimento de novos produtos. Chul-Bae citou a experiência da LG Electronics, que reúne cerca de 580 profissionais em seus laboratórios de design espalhados pelo mundo (Seul, Milão, Londres, Nova Jersey, Nova Delhi, Beijing, Dubai e Tóquio), com o objetivo de desenvolver produtos globalizados e que, ao mesmo tempo, valorizem a cultura local e o estilo de vida das pessoas.
A professora da Universidade Federal do Ceará, Rossana Maria de Castro Andrade fez uma interessante explanação sobre o desenvolvimento de telefones celulares. De acordo com Rossana, o celular é hoje um instrumento social, por meio do qual as pessoas expressam sua individualidade. Essa conclusão estimulou a criação de grupos de estudo envolvendo profissionais de diversas áreas como arquitetura, moda, informática e comunicação social com o objetivo de investigar o modo como o usuário vê a tecnologia e, a partir daí, apontar novas necessidades de uso e demandas dos usuários.
A importância do conceito e das ferramentas de pesquisa na criação de um produto foi o tema do designer Jonas Silva, representando a equipe de Design da Volkswagen Brasil. Ao apresentar o case Fox, Jonas destacou o papel do design corporativo, que evidencia os valores da marca e fortalece o vínculo com seus clientes.
Com o tema Inovação nos negócios por meio do Design, o reconhecido consultor de design do Japão, Inaba Mitsuru, afirmou que inovação é uma questão de cultura empresarial e citou o Good Design Award, que entrega um troféu ao presidente da empresa premiada. Ainda segundo Mitsuru, o poder do design é essencial para que países como o Brasil atinjam o nível de competitividade que desejam.
Na palestra de encerramento, o diretor de criação do estúdio Fahrenheit 212, Rony Zibara, apresentou curiosos cases como Blackberry, Starbucks e IKEA para justificar "o poder das idéias".
O que fazer quando a tecnologia é similar ou idêntica entre as marcas? E o que fazer quando todos os designs são bons? Zibara acredita que a competitividade começa com grandes idéias e que grandes idéias criam novos mercados. Por este motivo ele convida designers e empresários a pensar em seus produtos com outra perspectiva, de forma diferente, sob as luzes da inovação.
Texto elaborado por Silvia Grilli em 14/09/2007
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